Cesárea ou normal, qual a melhor opção? Há outras opções?

O parto normal ou vaginal é o mais tradicional, pois é mais comum e natural. Já a Cesariana é aquele parto feito com uma incisão cirúrgica para o nascimento do bebê. Os dois tipos têm diferenças e particularidades, e nem sempre o parto normal deve ser feito, assim como a cesariana pode ser desnecessária. Uma avaliação com o médico pode indicar a melhor decisão, mas em muitos casos as mães podem escolher livremente entre a cesárea e parto normal. Vejamos algumas diferenças e ocasiões em que o parto normal ou cesárea são necessários e se há formas diferentes de dar à luz:

PARTO NORMAL

O parto normal é o mais recomendado por ser mais natural, pois teoricamente o corpo da mulher já é preparado para essa forma de parto. Essa forma de dar à luz permite uma recuperação mais rápida, menos dolorosa e menos riscos de infecções e hemorragias para a mãe, o bebê tem menos chances de ter alguma dificuldade respiratória. No parto normal acontecem contrações que expulsam o bebê do útero, fazendo com que ele saia pelo canal vaginal.

É necessária uma preparação para esse parto. Apesar de ser mais indicado e mais natural, pode haver riscos em alguns casos como: traumas ósseos, asfixia por complicações (no bebê), lesão do plexo braquial, comprometimento do períneo, entre outros.

O parto natural pode ser feito em ambientes e com técnicas diferentes.

  • Parto dentro da água

O parto na água acontece com a mãe dentro de uma banheira com água morna, quando as contrações são mais frequentes e o trabalho de parto caminha para o momento expulsivo. O pai ou a pessoa que a mãe escolher, pode entrar na banheira (se o tamanho for grande o suficiente), ou pode ficar ao lado dando apoio e carinho. A barriga da gestante fica toda submersa e a água morna permite um nascimento mais confortável ao bebê e a mãe. É possível encontrar maternidades especializadas para esse tipo de parto, mas se a mãe desejar e for viável, pode ser feito em casa com a supervisão de um médico ou doula, com os exames de pré-natal em dia e a certeza da posição do feto.

  • Parto à Fórceps

Esse tipo de parto é recomendado quando um parto normal apresenta dificuldades para a saída do bebê, quando o feto corre risco de vida, a mãe tem problemas cardíacos ou respiratórios e contrações juntamente com esforço que podem fazer mal. O procedimento pode salvar a vida da mãe e do bebê.

O fórceps é um instrumento com duas partes alongadas e conectadas que se curvam nas pontas para encaixar na cabeça do feto, como se fosse um pegador, e puxam o bebê para fora da mãe. Para esse método é necessário a episiotomia (corte no períneo) e uma equipe experiente, pois o manuseio incorreto pode acarretar em riscos de lesões para a mãe e o bebê.

É importante atentar-se ao tipo de material do fórceps, pois quando é feito de silicone, apresenta menos riscos de lesões ao bebê. Também é importante que a mãe e o pai/acompanhante tenham um bom conhecimento sobre o assunto para se protegerem contra eventuais violências na hora do parto.

  • Parto de cócoras

É um tipo de parto realizado igual o parto normal, mas a posição é a de cócoras, facilitando a saída do feto de dentro do útero, por a gravidade estar mais favorável. As vantagens são: O parto costuma ser mais rápido, há menos dor, e menor risco de comprometimento do períneo. Há uma cadeira especial para esse procedimento, mas é necessário uma preparação e exercícios para fortalecimento da musculatura das pernas.

CESÁREA OU CESARIANA

Esse tipo de parto é muito comum no Brasil e acaba sendo a primeira opção de muitas mulheres que podem escolher, seja por medo da dor ou por ser mais “cômodo”. É recomendando no risco de a gestante passar alguma infecção ou doença para o bebê, ou nos casos de hemorragias maternas, bebê com algum problema precisando nascer rapidamente (sendo a cesárea a via mais rápida), bebê sentado, prolapso do cordão umbilical (cordão sai antes do bebê), bebê atravessado, etc.

A cesariana é uma cirurgia, na qual é feita uma incisão com aplicação de anestesia na mãe para a saída do bebê. A anestesia não permite que a mulher sinta dor, porém a recuperação total pode durar cerca de 6 meses. As vantagens desse parto incluem: escolha da data do nascimento, reduz o risco de incontinência urinária e prolapso uterino, elimina os riscos do parto normal, tem um tempo curto e duração previsível.

É recomendado em casos de pressão alta da mãe, no caso de o bebê “passar do tempo, quando há batimento acelerado persistente (sendo que já foram descartadas causas fisiológicas como febre ou taquicardia na mãe), podendo sinalizar sofrimento fetal, no caso de a cabeça do bebê ser muito grande. Em alguns casos existe a possibilidade de induzir o parto natural, por isso o acompanhamento médico é fundamental na hora de escolher o parto.

Os riscos de uma cesárea incluem: infecção, trombose, embolia pulmonar, hemorragia, constipação, entre outros.

Gestantes que já fizeram cesárea uma vez podem dar à luz através do parto normal, na segunda ou terceira gravidez se quiserem, porém é necessária uma avaliação com o médico e um intervalo de tempo entre um parto e outro para segurança da mãe.

PARTO HUMANIZADO

O termo “parto humanizado” é usado para definir um parto normal com intervenção médica apenas quando realmente se faz necessária. No Parto normal em hospitais existem alguns procedimentos de rotina, que segundo a Organização Mundial da saúde (OMS), são considerados desnecessários e até mesmo prejudiciais. “Humanizar o parto é um conjunto de condutas e procedimentos que promovem o parto e o nascimento saudáveis, pois respeita o processo natural e evita condutas desnecessárias ou de risco para a mãe e o bebê”. (OMS)

Dentre os procedimentos de rotina nos hospitais, encontram-se: tricotomia (raspagem de pelos pubianos), toques vaginais, jejum de pelo menos 6 horas, uso de sonda vesical para esvaziar a bexiga, episiotomia (corte no períneo), aplicação do fórceps desnecessária, lavagem intestinal, intervenção na assistência durante todo o parto, ruptura artificial da bolsa.

O parto humanizado pode ser em casa ou em maternidades com médicos, doulas e quartos especializados para esse procedimento. O mais importante é o respeito às necessidades da mãe, e esperar que ela entre naturalmente em trabalho de parto, apenas auxiliando e ajudando, deixando o processo seguir naturalmente. Nesse procedimento a mãe escolhe quem ficará ao seu lado dando apoio.

São evitados aspiração gástrica e das vias aéreas do bebê, o cordão umbilical não é cortado enquanto ainda pulsa, o banho não precisa necessariamente ser dado por enfermeiros, assim que a criança nasce é colocada nos braços da mãe para amamentação. O parto humanizado na verdade, não deve ser considerado um tipo de parto, e sim um processo ou uma forma mais respeitável e cuidadosa de tratar o momento do parto e a mãe, bem como suas necessidades e vontades.

Tanto o parto normal quanto a cesárea podem ser humanizados. Um exemplo é o Parto leboyer. Nesse parto, o objetivo é não estressar a mãe e o bebê, tornando o momento menos traumático para o feto, e o ambiente mais agradável possível. Esse método é caracterizado por: Luz fraca, silêncio ou música ambiente se a mãe preferir, ambiente quente, amamentação assim que o bebê nascer, banho realizado com os pais, corte do cordão umbilical apenas quando a placenta parar de pulsar, e não há palmadas no bebê.

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